segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Como me fiz professora - parte 1



Eu diria que o início de uma profissão não é quando você escolhe o curso, ou quando você entra na faculdade, ou até quando você faz estágio supervisionado etc, etc... e sim quando você é BATIZADO naquela profissão. E eu acredito que o batismo é necessário, pois o meu foi de fundamental importância para o meu crescimento profissional.

Tudo começou numa segunda-feira, 18/06/2007, quando fui encaminhada para uma escola municipal no Ibura. Não me lembro do que aconteceu antes disso nem como peguei a carta, levei os documentos ou qualquer coisa, tive uma espécie de apagamento da memória; mas lembro perfeitamente de como cheguei lá.

Ficamos eu e mais dois amigos em pé na porta esperando o diretor. Eu estava feliz da vida porque nunca tinha trabalhado de verdade na vida e iria ser na minha profissão, quer coisa mais legal??

Quando o nobre senhor diretor resolveu dar o ar da graça, convidou-nos a entrar em sua sala para uma reunião e disse tantas barbaridades (ou verdades) que fiquei estarrecida e tive certeza de que aquele homem era doido. Coisas do tipo "eu não tenho coração" ou "se um menino desses der na senhora e machucar o dedo, a senhora vai presa" foram frases célebres que a minha mente não esquece.

Na sala constatei algumas das verdades que ele tinha me dito, presenciei coisas com as quais minha visão de hoje talvez não tivesse se chocado. Fui para casa e chorei... muito! Passei três dias nesse martírio até desistir. Não tenho qualquer lembrança positiva de lá.

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