O bem e o mal em nós
Nos escandalizamos com o político ladrão,
Mas damos propina ao policial.
Porque metade de nós é honestidade
E a outra metade é corrupção.
Abraçamos um amigo, desejando-lhe felicidade
Em outra oportunidade, passamos por cima
Sem pensar.
Porque metade de nós é paixão
E a outra metade é falsidade.
Somos contra o preconceito em todo espaço,
Mas desrespeito o idoso, o negro, o homossexual,
Em todo lugar que passo.
Porque metade de mim é o que digo
A outra metade é o que faço.
Para acabar com a divisão
Precisamos ir além
Acabar com essa maldade
Não ser minha, nem tua, de mais ninguém
Porque metade de nós precisa ser humana...
E a outra metade também
Eduarda Pereira e Nathália Vaz
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Este poema surgiu de uma atividade que minha aluna particular Nathália precisava fazer para o colégio. Foi difícil sair, mas quando saiu ficou legal, não foi??
Você está achando parecido com alguma coisa?? Foi baseado nessa música de Oswaldo Montenegro:
Metade
Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
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Gostou??? Então ouve aí.
http://www.youtube.com/watch?v=ujQoUEdXr_8
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
Escola número 1 ou Escola A

Sabe quando alguém diz que tal texto é "mais literário que tal texto" "ou que tal autor é melhor que tal escritor"? Nós temos nossos gostos e como a Literatura é arte, pode nos parecer mais legal ou menos legal esse ou aquele autor. Pois bem. Entretanto não existe texto mais literário que a caderneta de um professor. Ahh, amigo que está lendo isso que eu escrevo, acredite, é a mais pura verdade. E não é só isso, há variações: a caderneta do professor da escola pública é mais literária que a do professor da escola privada e isso muda ainda mais se se trata de professor ou professora. Vejamos o porquê.
Quando eu cheguei na escola de número 1 que eu chamarei aqui de Escola A (mais por uma questão de apego às letras - que eu não sei explicar, bom por que será que me apego mais a letras que a números??? - do que por uma questão de classificação por padrões - já que para Classe A ou número 1 essa escola passa looooooooooooonge), o diretor falou o que todo diretor até hoje me falou quando fui substituir alguém:
- A professora Fulana era muito querida, os alunos gostavam muito dela. Será uma tarefa difícil substituir uma grande profissional.
Acho que eles me subestimaram, o que é que vocês acham?? Porque até hoje nunca fui hostilizada ao substituir ninguém - quer dizer, nunca não seria exatamente a palavra, mas enfim, vocês ainda conhecerão essa outra história. Recebi a caderneta de Português, que estava com o nome da dita cuja escrito de caneta, o que me deu um pouco de ciúme, já que eu não podia rasurar, mas vamos ao que interessa.
Nas cadernetas das escolas da prefeitura existe uma parte chamada... hummm... hummm... poxa, esqueci, mas eu acho que é Primeira Impressão, ou alguma coisa do tipo. É onde o prof. anota a impressão que teve da turma no início do ano e no fim do ano. Quando li aquilo tive certeza de que eu estava naquela escola da novelinha Carrossel e que eu iria substituir a professora Helena. *--* O texto que a professora fez dos alunos foi tão bonito que ela merecia um Oscar. Havia trechos como "a interação entre professora e alunos foi bastante verdadeira" ou também "a turma A executa conversas paralelas que podem ser facilmente dissipadas".
OHHH!! MALDITOS EUFEMISMOS!!! COMO ME FIZERAM SOFRER!!!
Sabe quando você quer dar uma notícia de morte mas não sabe como?? Aí você diz pro cara que a mãe dele foi morar no céu com Deus?? Isso é o que se chama eufemismo, é uma figura de linguagem. Que idiota que eu fui!! Confiar que uma professora formada em Letras, amante da literatura fosse escrever um texto totalmente verdadeiro, sem duplas significações.
Pois imaginem vocês que essa "interação verdadeira" e essas "conversas paralelas" eram FORÇADOS EUFEMISMOS!!!! Os meninos não paravam de falar um minuto e para cada 10 palavras 11 eram palavrões, eu me senti dentro de uma jaula! Tanto tempo estudando Magda Soares, Irandé Antunes, Paulo Freire entre outros teóricos educacionais e das Letras não estava me servindo para nada. Então, depois de três dias de sofrimento e muito choro em casa, depois de eu ter que consultar diversas enciclopédias educacionais e livros de psicologia, tive que aplicar a melhor das pedagogias no momento: a PEDAGOGIA DA AMEAÇA!Sabe como funciona??
Eu ameacei que o primeiro que falasse teria o nome anotado em uma folha e que essa folha seria levada até o diretor! hahahahahahahahahahahahahah (essa risada foi de maldade, tá?! Tipo bruxa malvada). E PLIM! FUNCIONOUUUUUU!!!! hahahahahahahaha (essa foi de alegria). Fui para a outra sala, a 7ª B, achando que eu era a própria substituta de Carl Rogers, explique a Pedagogia da Ameaça e PLIM! FUNCIONOUUU... por no máximo 10 minutos. Eles viraram uns pestinhas de novo. Acho que esse foi o pior dia de todos, fui pra casa chorar e desistir dessa vida, sabe.
Como vocês sabem, eu choreeeeeeiiii!!! Mas não desisti, acho que fiquei anestesiada até agora. Isso ainda não é o fim, aguarde mais lembranças da escola A.
=D
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